“Sempre lutei com os braços amarrados para trás, mas o que pode acontecer quando eu estiver livre?” (Carol Danvers)
O filme Capitã Marvel desde a sua estréia tem sido alvo de muitas criticas e reclamações. Sendo assim, fui assistir para tirar minhas próprias conclusões e a minha surpresa não poderia ter sido outra: QUE FILME É ESSE!?
A fórmula MARVEL que encanta a milhares de espectadores está lá, e os seus erros também, mas o que diferencia Capitã Marvel dos outros filmes e o torna único?
Primeiramente, a montagem do filme. No começo, assim como Carol Danvers está perdida e confusa, o filme nos passa essa sensação de estranhamento. Como é estar em uma mente que não sabe bem quem é e que vive atormentada pelas lembranças ou sonhos que parecem ser reais ou não?!
Muitos reclamaram desse ponto, mas tenho uma visão diferente quanto a esse quesito. Não sou uma especialista em análise de filmes, contudo, acredito que a “fórmula” de confusão e os flashbacks funcionaram muito bem. Há uma insatisfação, uma confusão e estranhamento que nos aproxima da heroína, e esse é um dos recursos literários que mais me aproximam dos filmes de super heróis. Questionar a Jornada da personagem e estabelecer paralelos entre a realidade e a ficção é o que torna esse longa em um dos mais bem construídos quanto à formação de uma Heroína.
O acervo de Filmes de Heróis está repleto. Tem para todas as idades e gostos. E de Heroínas? Nessa década só consigo me lembrar da Mulher Maravilha, porém existem diferenças significativas entre as duas.
“Mulher Maravilha” sempre esteve em um outro patamar. Filha de Deuses, criada somente por mulheres, uma guerreira nata, com um propósito estabelecido. Capitã Marvel, por outro lado, nasceu humana, falha, conquistou seu espaço a partir de derrotas e perdas e mesmo diante desse cenário soube como se superar. O sonho de ser pilota foi o que a impulsionou a buscar sempre o melhor de si, mesmo vivendo em um ambiente no qual mulheres não podiam ser pilotas. Mesmo desacreditada, ela mostrou que com as mãos amarradas era possível vencer seus medos e a si mesma para alcançar o seu propósito: “Encerrar guerras”. Propósito este que fora construído a partir de sua mentora (spoilers), que a encorajou a ser o que estava predestinada e mesmo que retirassem tudo o que ela tivesse construído, ela não desistiria de seu legado.
Além de uma Mentora, Carol também teve ao seu lado uma amiga das forças aéreas que soube, como ninguém, trazê-la de volta ao prumo. A cena na qual as duas personagens interagem é de uma força poética que vai além de uma simples história. Há um encorajamento, uma disposição em Maria Rambeau, que emociona e ao mesmo tempo fortalece as escolhas de ambas.
O Filme “Capitã Marvel” tem seus acertos e erros, pois nada está passível de ser perfeito. Mas o que fica é a resiliência, a redescoberta de si mesma, e a decisão de não desistir mesmo contra tudo e todos. Não importando tanto o fim, e sim o caminho percorrido pela Heroína em busca da verdade sobre si mesma.
Até a próxima!
Agnes 😉
Gotas de Epifania 